domingo, 6 de dezembro de 2009

Um ano de Canadá

Hoje estou fazendo meu primeiro aniversário canadense. Um ano desde que desembarquei no aeroporto internacional de Vancouver com duas malas e um sonho. Como os pioneiros antes de mim, eu nao fazia muita idéia do que me aguardava aqui, tudo bem vai, eu tinha bem mais idéia, mas apesar da minha experiencia de globetrotter, eu nao sabia se aqui era mesmo o meu lugar.
É difícil explicar isso para a maioria das pessoas, mas eu sempre tive a impressao que estava vivendo no lugar errado. Embora quase todos que cercavam quando eu era crianca estavam confortáveis exatamente onde estavam, aquela idéia me aterrorizava. Eu gosto de poder viver testando novas águas, de chegar a um novo lugar, aprender uma língua diferente e pouco a pouco comecar a fazer parte daquela realidade. Eu amo a sensacao do estranho. É quase como se a sua vida estivesse recomecando naquele exato momento, voce pisa numa terra nova e pronto: Mais uma chance de se reinventar.
Depois de um ano eu já me sinto relativamente confortável aqui, paisagens e lugares que pareciam exóticos hoje sao estranhamente familiares. Mas a cidade pulsa com uma energia diferente. É o novo. Nunca antes vivi num país que ame tanto englobar o novo, o exótico e o diferente em sua cultura. Entrar num metro e escutar oito linguas diferentes em questao de minutos? Perceber que o mundo todo está representado na populacao do Starbucks onde voce está relaxando com um café? Isso é incrivelmente canadense.
Se eu vou ficar por aqui? Com certeza. Para sempre? Hmm... Me perguntem novamente em um ano.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Um jeitinho no jeitinho

Eu sempre tive uma richa com o jeitinho brasileiro. Odeio do fundo do coracao a mania que o brasileiro tem de querer levar vantagem em tudo. A fila do banco tá longa? Leva a sua avó e passa na frente. O guarda te pegou fazendo algo errado? Passa uma graninha que tá tudo certo. Comprar CDs e Dvds legais? Tá maluco?
É um dos paradoxos mais interessantes da nossa nacao. Adoramos reclamar de nossos políticos e seus salários astronomicos, das mamatas e falcatruas, mas parecemos esquecer que corrupcao comeca pequena. Em casa mesmo. Aquele download ilegal na internet, aquele dvd pirata do filme que nem saiu no cinema ainda, aquele gato para pagar menos na conta de luz... Como podemos exigir coesao, integridade e respeito de nossos políticos quando nós estamos cometendo nossos pequenos atos de corrupcao diariamente?
O Brasil é um país cheio de belezas naturais, com um povo batalhador, otimista e uma cultura interessante. Por que um dos nossos maiores defeitos se tornou parte de nossa identidade? É por isso que venho agora humildemente propor um boicote ao jeitinho. Vamos dar fim à lei do menor esforco e correr atrás do que queremos pelos meios corretos e legais, seja a adocao de uma crianca ou à compra de um ingresso no cinema.
Queridos amigos, corrupcao nao é motivo de orgulho. Vamos dar o exemplo. Sugiro que a partir de hoje sejamos conhecidos como um povo integro, correto e honrado. Só quando tivermos essa mentalidade poderemos exigir o mesmo de nossos governantes. Aliás, quando chegarmos a esse nível, teremos aprendido a votar certo.

Marina Ramalho

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Augen zu und durch.

About a year ago on a hot afternoon, I was hanging out with my host children. It was really warm that day, so we decided to put our bathing suits on and run through the sprinklers in the backyard. The water was freezing is spite of the heat and I was hesitating to actually get wet. That´s when Bella, my ten year old charge told me:
- Augen zu und durch Marina!

I loved how simple yet meaningful that expression was. Close your eyes and walk through it.
How many times in life we´re faced with situations when our first instinct is to run away in the opposite direction? Our fears, our past experiences, whatever they are, simply take over and hold us back. Your rational side knows you probably will be all right once you walk through, but you´re unable to take the first step.
Since that warm day of an unusually hot Austrian summer, whenever I hesitate to make a move even though I want to I just take a deep breath and think: Augen zu und durch. And guess what? It works.

domingo, 12 de abril de 2009

Sinal de fumaca...

Ando bem ocupada ultimamente, entao perdoem por nao escrever ha algum tempo. A primavera parece estar chegando e e interessante como o humor de todos parece mudar!Inclusive o meu, qe agora exige algumas horas ao ar livre correndo ao som do meu ipod! Yay!
Vim para Vancouver na sexta a tarde, Patty e eu decidimos receber um mimo de nos mesmas e passamos o resto da tarde fazendo a unhas! Delicia! heheh Depois um jantar gostoso com a familia e uma passada no cinema.
Ontem umas comprinhas no shopping pela manha, descanso pela tarde e uma ida ao irish pub para finalizar a nossa noite com estilo! E que grand finale hein Patty? Feliz pascoa!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Porque voce nao deveria deixar sua filha ler a série Crepúsculo

Sempre fui uma leitora voraz. De caixas de cereal, bulas de remédio, Nabokov, J.K Rowling, contos dos irmaos Grimm a obscuros autores que eu descobri ao acaso na livraria, eu sempre amei livros. Para mim, livros sao liberdade, sao o meu lugar feliz, onde me escondo e vivo com aqueles personagens por horas e horas, choro, rio e faco parte de suas aventuras. Entao imaginem o quao doloroso é para mim, iniciar o boicote a um livro.
Descobri a série Crepúsculo um ano atrás quando estava de férias na Alemanha. Fui visitar minha livraria favorita e na secao de livros infanto juvenis me deparei com as obras de Stephanie Meyer. Depois de ler a contracapa automaticamente arquivei os livros na secao lerei se tiver tempo. Esqueci completamente do incidente até chegar ao Canadá, onde como no resto do mundo a série se tornou uma febre absoluta, mas nao teria chegado a ler os livros se nao tivesse visto o filme. Eu culpo o clima. Explico, estava um dia gelado, -14 °C lá fora e eu passeando em Whistler, imediatamente procurei um lugar onde pudesse me esconder por algumas horas. O cinema era a solucao perfeita. A secao de Twilight estava comecando em cinco minutos. Entrei sozinha e como mulheres no mundo todo suspirei por Robert Pattison e seu estranho cabelo.
Decidi dar uma segunda chance ao livro e comprei o primeiro volume, uma amiga me emsprestou os outros tres. Minha primeira reacao ao terminar o ultimo volume foi: Essas duas semanas da minha vida sao um tempo que nao volta mais. Que perda de tempo...

Nao me levem a mal, os livros sao deliciosamente fáceis de ler, viciantes até. A história de amor entre uma garota humana e um vampiro nos dias de hoje. Mina de ouro para geracao Gossip Girl! O estilo de Meyer é bastante simples, fácil para os leitores mais jovens, a estória no entanto, flui a passos lentos porque a autora gosta detalhar minuciosamente seus personagens. Eu nao me importo de saber sobre a aparencia dos personagens, eu só nao suporto ter que ler a cada duas páginas sobre o sorriso torto de Edward, seu peito de mármore blablablablabla... Mas estilo literário nao é ainda a razao porque decidi escrever este texto, mas sim as idéias que o livro sutilmente sugere e que sao extremamente nocivas para as mentes influenciáveis dos jovens leitores.
Bella, nossa "heroína" é uma garota normal. Até demais. Bella é irritante, remungona, nao tem talentos especiais. Bella nao tem sonhos ou aspiracoes próprias( a nao ser virar vampira para nao envelhecer e ficar para sempre com Edward), ela é completamente definida por seu relacionamento com Edward e mais tarde com o lobisomem Jacob. Seu relacionamento com Edward é completament co-dependente, onde ela está constantemente em perigo ou se metendo em problemas e ele passa todo o seu tempo tentando salva-la ou consertando seus erros. Bella aliena seus amigos e sua família em prol de seu namorado e vive sua vida em torno dele. Bella é o pior exemplo que meninas jovens podem ter como referencia.
Quando o casal acaba o namoro no segundo livro, ela fica em depressao profunda e passa a se machucar para escutar a voz do namorado, quando ele retorna ela o aceita de bracos abertos como se o último ano de sofrimento e depressao jamais houvesse acontecido.
Edward é dominador e temperamental. Ele muda de humor constantemente e controla completamente o relacioamento dos dois. Ele é um vampiro, um predador... Mas ele é lindo e rico, entao tudo bem né?
A mesma estória nas maos de outro autor poderia ter sido melhor preparada, por que nao? Eu tive a impressao que Stephanie Meyer nao tinha a menor idéia de onde o livro iria parar, e foi criando a história no seu próprio ritmo, ao contrário de JK Rowling que passou anos criando todo o passado de seus personagens nos mínimos detalhes, plantando pistas nos livros, tracando minuciosamente seus caminhos para a vida adulta.
No último livro, Bella e Edward finalmente se casam e consumam seu relacionamento. Teoricamente a garota teria de abrir mao de sua vida familiar, pois ao se tornar vampira ela seria perigosa, por isso ela abandona sua vaga na disputada universidade de Dartmouth (Nao discutiremos como ela entrou). Ela também teria que abrir mao de ter filhos. Eu gostei da idéia, achava que seria o momento do sacrificio, talvez o livro nao estivesse perdido. Ledo engano. Através de um DEUS EX MACHINA de dar inveja a Eurípedes, a situacao toda se resolve. Bella engravida, tem um bebe meio vampiro, vira vampira , mas por razoes nao explicadas consegue se controlar perfeitamente perto de humanos e mantém contato com seu pai e amigos. Os ultimos capítulos do livro sao a preparacao para uma super batalha (que na minha opiniao seria o máximo!) com vampiros, lobisomens , muita acao e emocao... A batalha termina numa conversa e pronto. Me senti enganada. Happy ending para todos. Bella consegue manter seus dois mundos, ganha uma família e vive feliz para sempre. O final foi mal escrito e sem graca. E os livros se tornarao filmes e mais garotas ainda serao influenciadas a pensar que o relacionamento complicado, dependente, onde um parceiro decide tudo para o outro é normal e desejável. Jane Austen, essa sim uma escritora a milenios do seu tempo, deve estar se revirando no túmulo... E eu com voce Jane... E eu com voce...

quinta-feira, 26 de março de 2009

You know that your job sucks when...

- You boss starts complaining before even saying good morning.
- At 7:29 am you are already pissed off.
- You dread the mornings.
- You daydream about working in a bureaucratic, boring 9-5 job.
- You´re told off for leaving a pen on top of a cooie box.
- After being told off for leaving a pen on top of a cookie box you have all these mental arguments with your boss with fun witty answers.
- Sadly, you never give any of these witty answers.
- Your boss uses every opportunity she has to make sure you remember your place.
- You cross down how many days you have left like a prisoner.
- You LIVE with your boss.

terça-feira, 24 de março de 2009

Friends, our family away from home

Being abroad has many perks, but a minor disadvantage: you can´t take your family with you most of the time. Whether you get along with them or not, they are your safety net, they´re always there for you. Which brings us to my point: Sometimes you can´t hve your bio family around you, but you can create a new one. The fun part of this is you get to pick all your relatives!
Having lived in 4 different countries I left friends or adopted family members scattered around the world, sometimes I don´t get to see them fr years, but you know they are there whenever you give them a call or send them an email. Technology makes it easier to keep in touch. But I´m going away from the point, my friends. The ones who I call when I´m upset at work, when I´m homesick, when I´m bored, when I can´t stand the freaking winter anymore, when I feel like screaming: why can´t he call me already?! They seem to know exactly what to say to make me feel better, even if all I want is someone to hear me cry on the other side of the line... Someone to have a drink with and talk about everything and nothing. Someone to take pictures wearing pj´s in the snow ... Thank you all for being there for me guys!

sábado, 24 de janeiro de 2009

Semana longa termina em... Irish Pub!

Depois de uma looooonga semana de trabalho, nada melhor do que aproveitar o sábado com os amigos, certo? Infelizmente os meus amigos moram meio longe e precisam viajar duas horas para vir me visitar. Acordei às oito com ditos amigos no telefone dizendo que estavam chegando à Whistler. Me arrastei da cama, saí do pijama, coloquei um pozinho na cara, peguei um cachecol e cometi o erro colossal de optar por All Stars(mais estilo) ao invés de botas (menos risco de necrose nos pés por congelamento). Enfim, corri para a rua e dei a caminhada normal de 15 minutos numa temperatura de -10 para encontrar os meus amigos(da onca!).
No centro de informacao turística tinha tanto brasileiro que tive que me perguntar onde estava. Quando Patty e Cia finalmente chegaram paramos para um crepe com café e seguimos passeando. Depois de uns 10 minutos comecei a perder a sensibilidade do joelho para baixo, 5 minutos depois disso, a situacao piorou: os meus dedos dos pés latejavam de frio...
Paradinha estratégica para um refil no Starbucks! Em seguida, decidimos subir a montanha, por que afinal, tá no inferno abraca o capeta né? 40 dólares e uma longa subida depois, estávamos no topo da montanha Whistler, onde recentemente foi instalado um orgulho canadense: O peak 2 peak. Um teleférico que vai do topo de uma montanha à outra, cobrindo uma distancia de 4.4kms em meros 11 minutos! Nao recomendo o programa para claustrofóbicos ou quem tem medo de altura! O vídeo com a nossa aventura está aqui.
http://ca.youtube.com/watch?v=GEGujeb9Sd0
E depois de descer a montanha? Faca como os nativos! Sente-se num bar e relaxe!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Tudo de novo!



Mais um comeco de ano, mais uma mudanca, por que nao mais um blog? Dos planos para ir para os EUA, ao meu ano por lá, uma passagem pela Alemanha e Áustria, seria até estranho nao criar mais um espaco para documentar meu novo recomeco nao é?

Agora no Canadá, esse país tao grande, com tao pouca gente e com costumes e cultura ainda meio desconhecidos na nossa terrinha. Nao vou me focar no que me trouxe aqui, o programa de live in caregiver, posso falar no assunto ocasionalmente, mas dessa vez esse nao é o foco.

Cheguei ao Canadá há quase dois meses, para morar na cidade de Whistler, na província da Columbia Britanica , ou BC como vou me referir. O inverno ainda está firme e forte, um pouco mais brando por esses lados de cá , mas ainda frio o bastante para uma natalense!

O que eu já descobri a respeito do Canadá? Muita coisa interessante!


- Existe verao no Canadá. Ainda nao pude comprovar a veracidade desta teoria, mas lá para julho eles dizem que tem uma semana de calor infernal que pode ser classificada de verao!

- Canadenses nao usam roupas de peles e nem trenós! Confesso que fiquei um pouco desapontada...

- O canadá é um país aberto para todas as nacionalidades e idiomas !Seja bem vindo! Mas se voce for americano, melhor mudar o sotaque e nao mencionar isso aqui...

- O programa mais tradicional desse país se chama Hockey night in Canada! Praticamente todos os sábados à noite, tá lá o jogo no ar. Aliás,dizem que a musica tema é tao tradicional no país que eles pensam e substituir pelo hino nacional(que tem uma versao em ingles e uma em frances e ninguém sabe cantar!)

- O maior orgulho do canadense? Nao ser americano. Igual ao resto do mundo, os canadenses nao simpatizam muito com o vizinho de baixo nao...

O que ainda nao fez sentido... O que danado a bandeira da Inglaterra tá fazendo aí em cima e por que a rainha tá no dinheiro??